Uma latrina de pedra de 2800 anos descoberta em um santuário em Israel trouxe algumas evidências para o conto bíblico do Rei Ezequias, de acordo com os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Um dos reis mais importantes de Judá, Ezequias é conhecido para as reformas religiosas que realizou no século VIII aC, quando ele centralizou toda a adoração do Senhor em Jerusalém, banindo locais de culto de outras divindades.
De acordo com o relato no livro dos reis, o rei Ezequias "removeu lugares elevados, quebrou as pedras sagradas e cortou os postes sagrados."
O vaso sanitário de pedra, na forma de uma cadeira com um furo no seu centro, foi encontrado dentro de uma das seis câmaras do portão monumental na antiga cidade de Laquis, a kilometros a sudoeste de Jerusalém.
O portão serviu como um santuário e o banheiro foi instalado lá em um ato simbólico de consagração.
A prática de destruir locais de culto através da instalação de um banheiro em si é documentado na Bíblia, particularmente no caso da luta do rei Jeú contra adoradores do deus pagão Baal.
"E eles demoliram a coluna de Baal, e demoliram a casa de Baal, e fez dela uma latrina até hoje", é o que está Livro dos Reis.
De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), esta é a primeira vez que foi encontrado uma evidência arqueológica para a prática de profanar um sítio desta forma.
A porta do santuário no Parque Nacional de Tel Lachish foi descoberto décadas atrás, mas só agora a escavação expôs a estrutura maciça completamente.
Preservada a uma altura de 13 pés, o portal apresenta seis câmaras, três de cada lado da rua principal que se passa entre eles.
Várias bancadas foram encontradas na primeira câmara.
"De acordo com a narrativa bíblica, através dessas câmaras, era o lugar onde tudo acontecia: os anciãos da cidade, juízes, governadores, reis e funcionários - todos se sentar nessas bancadas", disse, Sa'ar Ganor, diretor da escavação do IAA.
Sua equipe também descobriu frascos, colheres de grãos, lâmpadas de terracota e cabos de panelas.
As impressões de selos possuem a marca real de Ezequias e o nome de um alto funcionário durante o reinado de Ezequias, o que evidencia os preparativos militares e administrativos do Reino de Judá na guerra contra Senaqueribe, rei da Assíria.
Ganor também descobriu uma grande sala que abriga um banco sobre o qual as oferendas foram colocadas.
"Uma abertura foi exposta no canto da sala que dava para o santo dos santos; a nossa grande supresa foi que, encontramos dois altares de quatro chifres", disse Ganor.
Embora não se saiba quais divindades eram venerados no santuário, fica claro que o culto foi erradicada conforme os chifres do altar iam sendo intencionalmente esmagados. Para deixar o ponto limpo, um banheiro de pedra foi instalado.
Testes de laboratório revelaram a latrina nunca foi usada, o que levou os arqueólogos a concluir que a sua colocação pode ter sido simbólica.
O portão foi destruído por Senaqueribe, rei da Assíria, em 701 aC. A escavação revelou pontas de flecha e pedras lapidadas, sugerindo que combates corpo-a-corpo ocorreram lá.
Fonte: Seeker.com
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